quinta-feira, 28 de abril de 2011

Como Um Suspiro

Estava olhando pela janela, quando de repente o sol se pôs, como todos os dias, mas nesse dia em especial rapidamente me bateu uma angustia, como se o tempo estivesse passando rápido demais para que eu o acompanhasse. Me lembrei de tantas coisas que eu estava deixando passar, como se eu só tivesse um segundo pra decidir ser feliz ou não, mas um segundo passa rápido como um suspiro e qualquer movimento errado, pode ser fatal.
Parece que foi ontem que eu conheci o Fernando, ele era a pessoa mais, linda, doce e sincera que eu já conheci. Ainda me lembro como ele me chamava, fazia uma voz de caipira e dizia – "Eu te amo minha frôzinha". É a coisa mais fofa que alguém me disse até hoje! Às vezes ligava pra ele só pra ouvir ele me chamar assim. Eu me derretia toda. Eu o chamava de Nando mesmo, que é como todo mundo o chama até hoje.
É muito triste ficar lembrando das coisas que a gente viveu, lembrar dele assim ainda dói um pouco. Mas eu sei, foi tudo culpa minha, eu era pra ter aceitado o pedido dele, mas eu tive tanto medo. Meu pai detestava ele, eu não podia me casar com uma pessoa que o meu pai não gostasse, ele é a única pessoa que eu tenho na vida e não podia simplesmente ignorar o que ele dizia.
A primeira vez que eu apresentei o Nando ao meu pai, ele foi super simpático e gostou muito dele, achou ele sério, trabalhador.. Não foi a primeira pessoa que eu o apresentei, mas foi a primeira vez que me importou tanto a opinião do meu pai. E fiquei muito feliz com o resultado. Pois é, mas foi completamente diferente quando ele me apresentou a sua família. Ele tem uma ex-noiva que a família dele adora, mas eles terminaram já fazia uns 2 anos mais ou menos. A gente se conheceu no dia em que ele foi visitar um amigo lá na empresa onde eu trabalho, nós trabalhávamos no mesmo setor, ele nos apresentou, nos tornamos amigo e depois com o tempo ele me pediu em namoro. Foi lindo! Eu nem esperava, mas fui logo aceitando. Quando ele me levou na casa dele pra me aprensentar aos seus pais a ex, Juliana, estava lá junto com a família toda dele, rindo e lanchando como se ainda fizesse parte da família. O engraçado ou estranho sei lá, é que ele levou o maior susto e chamou a mãe dele pra perguntar o que a Juliana estava fazendo lá. Mas ela foi tão cara de pau que falou na maior naturalidade que não se conformava com o término deles e que não iria admitir nem aceitar outra pessoa como nora. Ele ficou super chateado e surpreso com a atitude dela que me levou embora. Ele se desculpou no caminho, mas mal se despediu de mim e voltou pra casa. Cheguei em casa super mal e contei tudo pro meu pai, ele ficou inconformado e pegou ódio mortal do Nando e da família toda dele, não é pra menos né!? Tudo bem que ele foi meio incessível, mas coitado eu até entendo, hoje eu entendo.
No dia seguinte ele me ligou e pediu mil desculpas dizendo que seus pais não sabiam de nada, que eles mal sabiam o porquê eles terminaram o noivado e é por isso que eles ainda adoram tanto a Juliana. Então eu fui logo perguntando por que ele não contava logo a verdade e aí ele disse que não queria causar nenhum constrangimento, afinal ela é filha da melhor amiga da mãe dele, imagina se ele conta que pegou ex com o melhor amigo dele dentro de casa, logo o amigo de infância que frequentava a casa e seria o padrinho dele e tudo. Nossa! Realmente seria demais pra mãe dele, mas na minha opinião ele deveria contar, ela tem que saber a verdade pra acabar logo essa adoração insuportável que ela tem pela Juliana. Mas como ele prefere assim, eu respeito e faço um esforço pra entender. Nesse dia que ele me ligou pedindo mil desculpas e etc. Foi a primeira vez que ele disse – Eu te amo minha frôzinha. E daí em diante, só me chamava assim. Depois disso a gente continuou o namoro, muito bem obrigada, mas meu pai não se conformava, ele dizia que eu merecia alguém que a família me quisesse bem e acima de tudo me tratasse bem e com respeito. Mas eu o amava tanto que não podia deixar que isso nos separasse. A final, ele também me amava era isso que importava porque eu estava namorando com o Fernando não com a família dele.
O tempo foi passando e a gente só se aproximava, mas com os pais dele estava tudo igual como sempre. Até que um dia ele me pediu em casamento. Nossa! Eu fiquei tão sem ação de tanta felicidade que nem pensei como seria me casar com alguém que mesmo que eu amasse muito, a família me detestava. Aí falei pra ele que claro que eu queria me casar, então ele me deu um anel de noivado lindo! Quando cheguei em casa foi a primeira coisa que eu falei pro meu pai, nem o cumprimentei direito e fui logo mostrando o anel e disse – "Pai, vou me casar" – "Casar minha filha?!" Ele ficou espantado e parecia um tanto quando decepcionado. – "Alice, minha filha, essa família não gosta de você!" Foi aí que eu me toquei, eu não podia ignorar algo tão real, estava aí pra quem quisesse ver. Era inevitável olhar para o anel e não lembrar disso. No dia seguinte eu perguntei a ele se ele tinha falado com os pais dele, aí ele disse que não. Isso me deixou pior ainda e perguntei por que não, aí ele deu voltas e voltas dizendo que ia dizer, mas que não precisava da aprovação de ninguém, porque já era adulto e sabia bem o que queria. Engraçado, isso deveria me confortar, mas mesmo assim, só isso não me convencia e eu ficava imaginando ele me esperando no altar, meu pai me levando até ele e só, mais ninguém. E isso acabava comigo, querendo ou não, o meu pai tinha razão. Com o passar do tempo eu já estava muito desanimada com o fato de que a família dele não iria mudar de idéia e nem o meu pai. Foi aí que eu, por mais amor que sentisse tomei uma atitude e liguei pra ele, marquei um encontro e terminei tudo, devolvi o anel, mesmo ele insistindo muito e eu querendo voltar atrás, eu estava irredutível, aí ele foi embora e eu também. Cheguei em casa e comecei a chorar, contei pro meu pai, é claro, e ele me consolou, afinal, ele sabia que eu amava demais o Fernando e por mais que a família dele não gostasse de mim ele gostava. Mas mesmo assim ele era contra.
O tempo estava passando e a gente não se falava já tinha algum tempo, fora nas primeiras semanas que ele me ligou, depois não ligou mais, porém, por mais que eu continuasse a vida ainda doía um pouco, sentia muita falta dele, o tempo foi passando e passando e hoje já faz uns três meses que não nos vemos. Mas já tem mais ou menos duas semanas que ele me ligou e disse – "É a ultima vez que eu te ligo e te pergunto isso, mesmo te amando muito eu não vou ficar insistindo, se é isso que você quer. Então, quer casar comigo ainda minha frôzinha?" Eu quase disse sim na mesma hora, mas eu perguntei sobre a família dele e ele disse que não se importava com nada e que se eles não aceitassem azar o deles, mas que mesmo assim ele tem conversado com eles e os pais já estavam começando a entender. Então eu falei que ia pensar e passei a semana toda pensando e pensando no que eu podia estar perdendo, por deixar passar algo difícil assim de encontrar, um amor tão verdadeiro como esse. Foi aí que eu resolvi conversar com o meu pai, ele me aconselhou e disse que se era pra eu ser infeliz, era melhor eu aceitar logo e fazer o que meu coração mandar, porque ele só quer a minha felicidade e se o Fernando me ama tanto assim ele releva tudo e tenta gostar dele também, além de tudo, não importada nada, ele estará sempre ao meu lado. Eu fiquei radiante, feliz como nunca, mas mesmo assim o fato de que a família dele não me aceita, ainda prevalecia muito, porque eu não conseguia me imaginar passando um natal em família, porque a família dele queria mesmo era estar passando com a Juliana. Mas o que o meu pai me disse mexeu muito comigo e então eu, todos os dias olhava pela a janela do meu quarto, o pôr do sol, foi aí que um belo dia olhei aquele pôr do sol lindo e me veio uma lembrança do Fernando, como se ele estivesse ficando a cada dia, mais distante de mim e percebi que eu não tenho tempo a perder, se não eu me arriscaria a perder tudo aquilo que eu com certeza não gostaria de perder, e aí seria fatal, basta um suspiro para que tudo termine como se nunca tivesse começado.

Por: Gláucia Menezes 18:45

Um comentário:

  1. Interessantes teus posts, escrevo para divulgar o : www.o-cercadinho.blogspot.com Caso queira acompanhar e dar umas risadas,
    será um prazer ter nos visitando lá. O que é o Cercadinho? Segue apresentação para te situares. Em cada relacionamento afetivo, os envolvidos ficam restritos a um espaço, O Cercadinho, onde acontecem as interações. Em algumas fases, está cheio de "queridas", mas em outros, quase vazio. O Cercadinho é o resultado das conquistas amorosas, onde cada um preenche à sua maneira e gosto. Pode ter o critério de cotas e uma de cada: loira, morena, mulata, ruiva e/ou japa. Com faixas etárias e tipos variados. Até monogâmico com apenas uma mulher selecionada. Somos cinco homens escrevendo relatos e histórias, sem pretensão literária sobre O Cercadinho. Heitor faz o estilo confuso e rebuscado. Apaixonante e cafajeste, este é Wanderlei. Já Cebola faz o estilo 100% sincero e sem rodeios. Seco, objetivo e um pouco bagual com sentimentos, assim é Iberê. E Marcão, bom, esse é trash total. Entre no nosso Cercadinho e boa leitura.
    Iberê

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